Apesar de fazer mais de um ano desde que foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 no Brasil, os números continuam subindo. Se no mês de fevereiro tínhamos 250.000 mortos, agora o número de vítimas já passa de 350.000. Mesmo com a chegada da vacina, ainda há necessidade de se manter todos os protocolos recomendados para a proteção.
A vacinação, que teve início em 17 de janeiro de 2021, ainda caminha muito lentamente e a única forma que temos para evitar que o vírus da Covid-19 continue se propagando livremente é mantendo o distanciamento sempre que possível, higienizando as mãos e principalmente usando máscaras quando tivermos que sair. E é aí que surgem as dúvidas. Será que todas as máscaras oferecem proteção? Existem algumas que podem nos proteger mais que outras?
Estudo publicado por cientistas na revista Science pode ajudar a esclarecer um pouco sobre o assunto. De acordo com esse estudo realizado por pesquisadores da Universidade Duke, dos Estados Unidos, existem diferenças significativas entre a proteção que cada uma delas oferece. Para chegar a uma conclusão, os cientistas testaram 14 tipos de máscaras e puderam classificá-las segundo a proteção que cada uma oferece.
Veja as máscaras testadas ordenadas com o grau de eficiência. Começando por aquelas que melhor resultado obteve, e terminando com aquela que o estudo demonstrou oferecer menos proteção. Confira:
1- N95
2 – Máscara cirúrgica com 3 camadas
3 – Máscara de 3 camadas que mistura polipropileno e o algodão
4 – Máscara com 2 camadas de polipropileno
5 – Máscara com estilo plissado com duas camadas feitas de algodão
6 – Máscara que também traz um plissado com duas camadas confeccionadas em algodão
7 – N95 com válvula
8 – Máscara feita de algodão com 2 camadas e sem plissado
9 – Máscara de poliéster de apenas uma camada
10 – Máscara de algodão plissada com somente uma camada
11- Máscara plissada de algodão com duas camadas
12 – Máscara feita de tricô
13 – Bandana de duas camadas
14 – Polainas usadas no pescoço
O estudo tinha como objetivo verificar o quanto de gotículas a máscara conseguia impedir que fossem lançadas no ar. Uma das opções experimentadas foi totalmente desaconselhada, já que o seu uso poderia ser até pior do que não usar nenhuma máscara: é a polaina de pescoço, que fez com que as gotículas expelidas fossem menores. Isso é um problema, na medida que se sabe que quanto menores elas são, o tempo em que permanecem suspensas é bem maior. As que estão mais pesadas, mais rapidamente caem no chão.
Segundo um dos autores do estudo, Martin Fischer, a finalidade era apresentar aos laboratórios uma forma de avaliação mais simples de ser copiada. Martin Fischer também afirmou que os testes utilizaram máscaras que tinham em mãos e que não quiseram citar os fabricantes para não cometer injustiça com quem as comercializa. Disse também que um estudo mais aprofundado não foi possível pois não tinham detalhes técnicos a respeito do material das máscaras pesquisadas. Fischer faz ainda um alerta na hora de usar as máscaras, disse que além do material, é preciso que a pessoa use a proteção de forma correta e bem ajustada. Isso porque o uso de forma equivocada pode fazer com que as gotículas que transportam o Covid-19 possam escapar por espaços deixados na colocação da máscara.
Um outro pesquisador, o biomédico e também engenheiro Vítor Mori, sugere que a confecção da máscara seja feita com tecido de malha de fios bem fechados e com duas ou três camadas. Outra sugestão de Vitor Mori, é que seja feito o teste de luz, que pode ser realizado verificando se a luz do sol consegue ultrapassar o tecido. Outro teste que segundo ele pode ser feito é o da vela: esse teste consiste em tentar apagar a vela, isqueiro ou mesmo um fósforo estando de máscara. Caso consiga apagar com muita facilidade, significa que a proteção oferecida pelo tecido não é boa o suficiente.
Mori recomenda que as pessoas que precisam usar o transporte público usem a máscara N95/PFF2, já que o risco de contaminação dentro deste ambiente é muito grande. Nesse caso é recomendada a máscara que mais proteção oferece. Mas Vitor Mori também diz que para ambientes abertos e sem pessoas aglomeradas, outros tipos de máscaras podem ser usados, e que a N95 deve ser usada apenas quando o risco é grande, para que não falte a máscara para aqueles que estão na linha de frente da Covid-19. Vitor Mori é membro do Observatório Covid-19 BR e pesquisador da Universidade Vermont dos Estados Unidos.
Henri Silva
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